Os 10 truques de rótulos de ração para cães que todo proprietário precisa saber

Os 10 truques de rótulos de ração para cães que todo proprietário precisa saber

Os 10 truques de rótulos de ração para cães que todo proprietário precisa saber

Consumidores preocupados com saúde são bastante hábeis em decifrar rótulos de informações nutricionais agora. Sabemos monitorar nossa ingestão de sódio, evitar produtos com alto teor de açúcar e entender que mesmo salgadinhos assados, continuam sendo salgadinhos.

 

Produtos para animais de estimação, no entanto, permanecem um mistério. O marketing de alimentos para pets visa transmitir uma imagem de saúde (pense: fotos lindas de carnes frescas e vegetais brilhantes em um saco de ração na prateleira), e cada empresa promete ser a melhor opção para o seu cão. É definitivamente tentador jogar a toalha sobre a inspeção dos rótulos no corredor de rações e acreditar cegamente nas embalagens, mas como os regulamentos são menos rigorosas na indústria de alimentos para animais de estimação, é tão importante examinar os rótulos dos produtos que você está alimentando seu cachorro quanto os seus.

 

O primeiro passo para encontrar o alimento realmente mais saudável para o seu cão é aprender a decifrar os truques dos rótulos dos alimentos que a maioria das empresas pet está usando.

 

1. Primeiro ingrediente

 

Só porque um ingrediente é listado primeiro em um rótulo, não significa que seja o mais predominante no produto. As empresas de alimentos para pets sabem que a maioria dos consumidores está em busca de uma fonte real de carne nesse precioso primeiro ingrediente. É por esse motivo que eles usam um truque chamado "divisão de ingrediente", listando seus ingredientes em várias partes compostas para iludir os consumidores que estão simplesmente buscando aquela proteína na primeira linha.

 

Por exemplo, um rótulo de produto contendo 20% de carne e 80% de carboidratos pode ter a seguinte aparência:

 

Arroz (30%), ervilha (20%), beterraba (10%), carne (20%), milho (20%)

Ou:

Farinha de carne (10%), farinha de vísceras de frango (10%), quirera de arroz (10%), farelo de arroz (10%), farelo de trigo (10%), quirera de milho (10%), milho integral moído (10%), ervilhas partidas (10%), fibra de ervilha (10%), polpa de beterraba (10%)

 

Além disso, os rótulos são criados antes de o produto ser cozido e processado, quando a “carne” pesa significativamente mais. A carne perde peso com a evaporação da água no processo de cozimento, enquanto o arroz ganha peso. Isso significa que qualquer amido acaba ocupando ainda mais volume no produto final, enquanto a porção de carne é reduzida.

 

2. "Com…"

 

Um saco de ração alegando ser feito "com frango" ou "com carne de verdade" é mais complicado do que você imagina. Na linguagem dos alimentos para animais de estimação, "com" significa simplesmente que os ingredientes mencionados acima precisam apenas compor pelo menos 3% do peso total do produto. Muitos donos de pet compram sacos feitos “com” ingredientes que eles reconhecem, sem perceber que podem constituir uma pequena porção do produto total. Os outros 97%? Decididamente menos familiares.

 

3. 100% orgânico

 

Marcar um produto como “orgânico” tornou-se um substituto para as informações nutricionais reais. Uma atualização rápida: para se chamarem de "orgânicos", os alimentos devem ser feitos sem o uso de agrotóxicos, hormônios, antibióticos, transgênicos, corantes artificiais e fertilizantes químicos.

 

Em outras palavras, comida considerada “orgânica” deveria ser chamada apenas de “comida”, porque nem você nem seu filhote deveriam comer qualquer uma das outras coisas, de qualquer maneira.

 

Mas mesmo que sejam orgânicos, cookies, rações e biscoitos não são substitutos para alimentos frescos e certamente não devem ser comidos o dia todo e todos os dias no lugar deles - especialmente porque a ração comercial, mesmo a variedade orgânica, é tão altamente processada que grande parte da integridade nutricional de qualquer ingrediente individual é perdida no momento em que chega à tigela do seu cão.

 

4. Feito “com” ingredientes orgânicos

 

Essa promessa ousada de um produto sendo feito “com” ingredientes orgânicos é similarmente enganosa como tática anterior “com”.

 

Ser rotulado como feito “com” ingredientes orgânicos significa simplesmente que 70% dos ingredientes no produto são considerados orgânicos, enquanto um produto rotulado como “todos orgânicos” garante que 95% do total dos ingredientes atendem a esses critérios. Mas, novamente, orgânico não significa muito quando um ingrediente foi superaquecido até ficar crocante e exposto ao calor e à umidade durante a extrusão, o processo pelo qual a ração é feita.

 

5. Natural

 

O USDA define "natural" como um produto que não tem ingredientes artificiais ou corante adicionado, mas não leva em conta aditivos ou outros produtos químicos. O termo é tão amplo que o FDA (Food and Drug Administration) ainda está lutando para chegar a uma definição legal para ele. Legalmente falando, não há diferença obrigatória entre os alimentos rotulados como "totalmente naturais" e "naturais". Natural não é necessariamente orgânico, mas orgânico deve ser considerado natural.

 

6. Nomes dos ingredientes

 

É comum que o mesmo ingrediente apareça em rótulos de rações com nomes diferentes. Isso acontece porque a regulamentação permite, e alguns nomes soam melhor que outros na embalagem (como “fibra de milho” ao invés de simplesmente “milho”; ou “carnes selecionadas” ao invés de “farinha de vísceras”). 

 

Aliás, na hora de conferir as proteínas da ração, atente-se ao nome das fontes proteicas. Farinhas de carnes não são tão interessantes quanto carnes, por exemplo. A origem das proteínas animais das rações normalmente são frango, peru, cordeiro, carne de vaca ou as farinhas dessas carnes. Até porque subprodutos dessas carnes também são aceitos nas composições de rações, desde que não sejam a principal fonte de proteína animal. Sendo assim, farinhas de carnes podem ser subprodutos, já que são fontes de proteínas de menor qualidade. Elas podem conter impurezas, misturas com outros ingredientes… Portanto, atente-se quando encontrar muitas “farinhas” de proteína na ração do seu pet.

 

7. Milhos e outros carboidratos

 

Você já se perguntou por que muitas rações (principalmente das categorias Standard e Premium) possuem milho na composição? E ainda, em muitos casos, por que o milho é um dos ingredientes mais abundantes da ração?

 

A resposta é complexa, mas basicamente o milho e outros carboidratos como o arroz desempenham um papel estrutural nas rações do mercado brasileiro, e além disso são ingredientes de baixo custo, o que é interessante para baratear o preço da ração. Outro detalhe importante é que o milho presente nas rações brasileiras quase sempre é transgênico, e isso é possível observar também no rótulo – com o símbolo do triângulo com um “T” amarelo – e na descrição da composição da ração.

 

Nos rótulos de rações, o milho pode aparecer através de vários nomes:

  • Quirera de milho
  • Farelo de glúten de milho
  • Milho integral moído

Outros ingredientes que são carboidratos ou proteínas e estão frequentemente presentes em rações:

  • Quirera de arroz
  • Farelo de arroz
  • Farelo de trigo
  • Farelo de soja

 

8. Gourmet

 

Nós associamos o termo com vegetais frescos e refeições do campo, mas não há regulamentações legais que determinem quando esse termo pode ser usado nos rótulos dos alimentos.

 

9. Sem grãos (Grain Free)

 

Um produto Grain Free é tecnicamente isento de milho, soja, trigo, cevada e aveia. No entanto, produtos sem grãos não são necessariamente com baixo teor de carboidratos; na realidade, os alimentos para cães sem grãos tendem a ter tantos carboidratos quanto os feitos com grãos, especialmente quando possui itens com alto teor de amido - como batatas - que são usadas ​​para substituir os grãos.

 


10. Componentes a evitar

 

Devemos evitar corantes e conservantes sintéticos (BHA, BHT e Etoxiquina), pois ingerir estes compostos diariamente não é saudável, e preferir alimentos que utilizem conservantes naturais como a vitamina E (tocoferóis), C (ácido ascórbico) e extratos de plantas, como o rosmaninho ou alecrim.

 

E finalmente, recomendamos alimentar os pets através de empresas em que você sabe que pode confiar e, de preferência, escolher alimentos frescos sempre que possível. Limite-se aos alimentos em formas que você ainda possa vê-los e todo o processo de alimentação se torna muito menos complicado.

 

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